sábado, 18 de novembro de 2017

À coordenação executiva da tendência interna do Partido dos Trabalhadores (Diretório Esteio-RS), Democracia Socialista-Esteio-RS.

Prezad@s companheir@s, venho por meio desta informar meu desligamento do corpo representante da tendência interna do Partido dos Trabalhadores,  Democracia Socialista de Esteio-RS. Deixo nas linhas seguintes um breve relato acerca de algumas experiências pessoais que tive enquanto participante da DS-Esteio, bem como sobre os motivos que conduziram a esse afastamento, com o intuito que este relato possa de alguma forma contribuir com a evolução dos trabalhos dessa valorosa organização.
Como sabem, apoio e milito na tendência DS-Esteio desde, aproximadamente, o início de 2008, período que coincide com  o início das mandatos do companheiro Léo Dahmer.  Minha aproximação e conseqüente início de colaboração com a corrente,  deu-se através do convite da companheira Tatiane Della Pase e intensificou-se ao longo desses anos. Durante esse período atuei, como indicado político da corrente na organização interna da sede do Partido dos Trabalhadores-Esteio , e tive uma breve passagem, também a partir de uma indicação da corrente, pela Secretaria Municipal de Arte e Cultura, onde exerci o cargo em comissão de coordenador cultural, no último ano da gestão de Gilmar Rinaldi. Nestas ocasiões desenvolvi ,junto aos companheiros da corrente, diversos projetos e ações destinados, principalmente, ao fortalecimento das bases humanas/políticas desse grupo e à disseminação de nosso projeto político na cidade de Esteio. Foram muitas e ricas  as experiências humanas que desfrutei nesse ciclo vital, pelas quais sou muito grato e, me sinto compelido a tecer aqui um sucinto resumo sobre minhas percepções dos aspectos políticos desse  processo.
No que diz respeito aos trabalhos que desenvolvemos, enquanto organização política municipal de Esteio, no período em que participei dessas construções, é obvio que nossa força  pode ser medida, em parte, por termos conseguido eleger o mandato de vereador  do companheiro Léo Dahmer por três eleições consecutivas. No entanto, penso que a autocrítica do grupo  nem sempre foi absolutamente sincera ou eficaz, no sentido de corrigir  eventuais desvios de conduta ou de planejamento. Atribuo isso, em parte, como é comum em muitas organizações,  às correlações de poder  na esferas das construções internas da corrente. Sendo assim, me permito aqui uma pequena releitura sobre o desenvolvimento dos projetos da corrente ao longo do tempo que atuei na DS-Esteio.
Quanto a atuação destes mandatos, bem como da corrente neste período, penso  que o primeiro mandato tenha sido de longe o mais expressivo. Nesses primeiros 04 anos, o mandato foi proponente e protagonista de diversas obras de infraestrutura (principalmente na região dos bairros e regiões afetados por enchentes)  na região relacionadas ao controle de enchentes, urbanização, regularizações fundiárias bem como de grandes demandas sociais e culturais . Também foi um período de grande fortalecimento das bases de apoio do grupo e de suas relações internas. A atuação positiva do grupo nesse período culminou no expressivo resultado eleitoral da segunda eleição, quando o companheiro Léo Dahmer obteve a maior votação da história de Esteio. O segundo mandato adota novas posturas, assumindo uma posição de liderança na bancada de situação do governo Gilmar Rinaldi, o que, acredito, tenha gerado ao mandato mais ônus do que bônus, no que se refere a manutenção de suas bases eleitorais. Este segundo mandato, que concentra sua linha de atuação na defesa dos projetos do governo Gilmar, que nem sempre responde a altura dessa lealdade, em minha opinião, acaba por negligenciar ou deixar em segundo plano algumas de suas bandeiras de campanha e suas grandes marcas constituídas no primeiro mandato, principalmente as relacionadas à cultura (  estúdio público ) e à educação ( ensino técnico). Em minha visão, esse abandono ou falta de prioridade a algumas dessas bandeiras nos custaram a perda ou o enfraquecimento de diversas de nossas  bases de apoio, principalmente algumas constituídas de jovens e artistas. Além disso, o mandato perde nesse tempo parte do apoio de sua principal base regional, à das áreas de enchentes, o que nesse caso pode ser atribuído a pouca presença física do mandato nessas regiões, após o pleito , bem como à estratagemas do próprio governo que busca nesse processo fortalecer seu quadros em detrimento do mandato do vereador da DS. Entre outros, penso que sejam esses os principais fatores que levaram a redução da votação para o terceiro mandato.  Pesa também para essa redução da votação da terceira eleição, a falta de um posicionamento firme da corrente/ do mandato frente à possibilidade da candidatura do companheiro Léo para o cargo de prefeito. A nível de organização interna, penso que a corrente tenha perdido ou enfraquecido diversas de suas bases pela ausência de diálogo e apoio à essas. O terceiro mandato inicia em uma conjuntura completamente diversa dos anteriores, atuando pela primeira vez como oposição, num cenário politicamente muito mais adverso que os anteriores. Não conseguimos eleger nenhum dos candidatos que apoiamos ao parlamento estadual e tão pouco contamos com grandes apoios no parlamento federal. Também estamos fora dos espaços do poder executivo nas três esferas de poder em que atuamos. Apesar disso, o mandato do vereador ainda mantém, como em momentos anteriores , uma postura combativa na defesa de nossas macro políticas e uma atuação satisfatória enquanto oposição no município (liderando a bancada petista), mas, hoje, às vésperas de completar o  primeiro ano desses novo mandato, perante a opinião pública em sua maioria, em minha visão, ainda não disse à que veio. Embora a comunicação do mandato venha tendo uma atuação mais dinâmica que em períodos anteriores, penso que o mandato não tenha deixado claro à maior parte da  população suas bandeiras fundamentais, seus principais eixos de atuação  e projetos de trabalho. Além disso, avalio que faltam prestações de contas ou a retomada de lutas anteriores como as relacionadas a cultura e à educação ( estúdio público, semana cultural, escola técnica, . Penso que isso tudo seja especialmente preocupante em função de nossa expectativa ( que continua sendo a minha) de conduzir o companheiro Léo Dahmer a uma disputa pela prefeitura da cidade no próximo pleito.
Feita essa pequena releitura da conjuntura desses anos em que estive na DS-Esteio, deixo claro a seguir os principais aspectos de meu descontentamento pessoal com a organização da corrente. Seguem os mesmos listados em ordem aleatória:
·         A ausência de apoio político do mandato e da corrente aos quadros políticos que mantinha e mantém em governos petistas e a ausência de projeto político para a atuação destes. Penso que nossa ocupação de espaços políticos (cargos em comissão), não que isso não seja comum à prática política, dava-se e ainda dá-se de forma pouco estratégica, no que diz respeito ao desenvolvimento de  projetos políticos nesses espaços. Estes, em muitos casos, constituíam-se como meros  “empregos políticos” para que o “empregado” garantisse a manutenção de sua base de apoio eleitoral.

·         O fato de que o mandato, não tenha acatado/cumprido com  a decisão da corrente de dividir seus cargos em comissão (assessores) entre um homem e uma mulher (política de gênero).

·         A ausência de iniciativas e projeto da corrente ( enquanto detentora de mandato) para a construção, fortalecimento e formação de seus quadros estabelecidos, e de novos quadros.

·         A falta de apoio da corrente aos seus quadros em suas respectivas bases de atuação (movimento comunitário, cultura, saúde, etc).

·         A falta de apoio da corrente à decisão tomada anteriormente de apoiar uma candidatura feminina.

·         O fato de não consultar todos os membros da corrente, num ambiente plenamente democrático, quando da ocupação de cargos políticos (cargos em comissão), gerados a partir da influência da corrente em espaços dentro e fora do município.

·         O fato de centralizar a relação com a esfera estadual da corrente DS em figuras do mandato ou próximas a este, limitando assim a construção, circulação e construção política de novos quadros.

Enfim, são estas as principais causa do meu afastamento da organização  DS-Esteio. Assim, tendo colocado aqui minhas insatisfações e leituras pessoais referentes a atuação do mandato e da corrente DS, devo dizer que estas, são na sua maior parte, questões de ordem pragmática, que sinalizam mais como uma não adaptação minha aos modelos/padrões operacionais vigentes na gestão do grupo DS ESteio, do que qualquer discordância ou não adequação aos princípios político/filosóficos da tendência Democracia Socialista, aos quais me sinto pessoalmente alinhado, apesar de também alimentar críticas acerca da distância que  muitas vezes há entre essa base ideológica e a práxis dos mandatos que a representam.
Por fim, esclareço aos(as) companheir@s que não tenho intenção de passar a militar ou participar de nenhum outro grupo político atualmente constituído de nosso município, mais por falta de identificação política com estes do que por qualquer outro entendimento. Sigo meu caminho, inevitavelmente crítico, na luta por uma sociedade socialista e pela organização dessa luta, por enquanto, sem vínculos a nenhuma tendência interna, mas ainda acreditando na organização do Partido dos Trabalhadores como a grande ferramenta política da esquerda brasileira. Desejo que os(as companheir@s sejam cada vez melhores, mais críticos e mais com “ Che” em suas lutas e que minhas palavras, bem como minha passagem pela corrente, possam ter contribuído tanto a nossa causa como contribuíram a minha formação política. Grandes lutas à tod@s. Hasta la victória siempre.

Diou

Esteio, 18 de novembro de 2017.

sábado, 4 de novembro de 2017

A marcha dos iniciados

A marcha dos iniciados

Quando você perceber
Quando você aceitar
Quando a terra tremer
Quando o silêncio falar
Quando você estiver pronto
mente..pés e retina
Verá e andará sobre as águas
e sob a chuva fina...
um dia...um dia...um dia
Quando o tempo viajou no tempo
e descobriu a calma
a essência estranha e fina do elemento alma...
Foi quando o cara surpreendeu a todos
e acordou do coma...
das ilusões dessa vida
da hipnose das chamas....
Quando você entender
Além do que pode ver
o fim e o princípio de tudo
então vai reconhecer....
o espelho...o espelho...o espelho.

Diou ( canção escrita em pedaços entre os anos 2004 e 2017).