terça-feira, 22 de setembro de 2015

Palavras no ventilador*

Palavras no ventilador*
Diante do que sinto ser uma injustiça, tremo de indignação. Não fosse assim não me sentiria digno de carregar as mesmas bandeiras do comandante Guevara. Pois foi este mesmo sentimento de indignação que me inflamou, no inicio dessa semana, quando soube que o prefeito Gilmar Rinaldi demitiu a companheira Tatiane Ferreira Della Pase, da diretoria administrativa do Hospital São Camilo, cargo que ela, a convite do prefeito, aceitou assumir há mais ou menos dois anos atrás, quando esta instituição encontrava-se no centro de mais uma das crises da saúde pública na cidade. Outros companheiros e companheiras, com histórias tão fundamentais a esse Partido quanto a da companheira Tatiane, também já foram retirados deste governo por motivos frívolos, e sem que isso fosse sequer comunicado ao Partido, mas vejo o caso da companheira Tatiane como emblemático para o momento atual da vida do Partido, no sentido de que serve para que façamos necessárias reflexões e críticas sobre os caminhos do governo que elegemos, bem como sobre a relação deste com o Partido que o sustentou e com os movimentos que este representa.
Tatiane Ferreira Della Pase, com quem fui casado durante 7 anos e, com quem compartilho a criação dos gêmeos Davi e Lênin, além de uma amizade vitalícia, carrega bandeiras do Partido dos Trabalhadores nos ombros, que eu saiba, pelo menos desde os seus 12 anos de idade. Acho que posso dizer que sua vida se confunde com a do Partido dos Trabalhadores, aqui em Esteio. Esta companheira organizou e participou de inúmeras campanhas e é hoje, sem dúvida, um dos quadros mais qualificados na área de saúde pública que milita em nosso Partido. A companheira, durante estes anos em que esteve na Secretaria Municipal de Saúde e na Fundação Hospital São Camilo, promoveu incansável defesa do SUS e buscou dialogar com o governo em todos os momentos, sendo que em muitos, sou testemunha disso, não obteve respostas. Encerro por aqui minha defesa do trabalho da companheira, uma vez que esse é um texto produzido para circulação interna do Partido e, portanto, todos que a ele terão acesso também conhecem o trabalho da companheira e seus méritos.
Dito isto, sigo tecendo minhas opiniões sobre o 2° mandato de Gilmar Rinaldi, tendo em vista tê-lo acompanhado com maior proximidade do que sua primeira gestão em Esteio. Votei em Gilmar Rinaldi em sua primeira eleição e fiz campanha para o mesmo na 2° eleição. Hoje, faltando pouco mais de um ano para o encerramento de sua segunda gestão, penso que já existam elementos suficientes para avaliá-la. Assim, apesar da indignação que me moveu a escrever esta carta, devo ser justo e, amparado por índices positivos de quase todos os setores do serviço público, reafirmar que esta foi de longe uma das melhores gestões que a cidade já teve. Claro, que também considero que boa parte desses bons resultados em setores como habitação, por exemplo, ocorreram devido a coincidência com políticas do governo federal como o PAC ,que ocorriam neste período e foram adequadamente aproveitadas pelo governo municipal. Apesar de seu bom retrospecto numérico, penso que esse governo não obteve da população o devido reconhecimento por seus feitos, e que a explicação disto tangencia as questões que aqui levanto sobre seus métodos e posições, realizados na maioria das vezes de forma vertical em todas as suas esferas estratégicas e operacionais. Penso que seja justamente aí que comecem seus problemas, onde o tecnicamente bom governo Gilmar descola do que enchemos a boca para chamar de “jeito petista de governar”, o que pressupõe em nossas cartilhas, no mínimo relações leais e solidárias entre nós, “proletários”. Nesse quesito, o governo Gilmar é evidentemente um governo descolado das bases que o elegeram, predominantemente fisiológico e construindo numa base de alianças questionável, orquestrada fora das esferas estatutárias do Partido. Penso que o povo, hábil leitor inconsciente das entrelinhas do poder, sacou o que era subliminar e percebeu que vendíamos solidariedade aos estranhos enquanto negávamos água e pão aos irmãos. Nesse sentido, não é difícil perceber as manobras pelas quais este governo promoveu uma sistemática desconstrução dos movimentos populares e um estratégico afastamento do Partido que o elegeu. Ou, de outra forma, como explicar a tumultuada agenda do prefeito que chega a passar um ano sem pisar no Diretório do seu Partido e em plenos 2015 não aparece em redes sociais. Em minha opinião, essa distância é nada mais que um covarde exercício de fugir do conflito . Isto permite que ele promova ações pelas quais não preste satisfações à legenda que o elegeu ou aos seus dirigentes, que na maioria das vezes permanecem resignados a um silêncio cúmplice diante destas. Deixo aqui alguns exemplos de ações tomadas pelo governo Gilmar, à revelia do Partido , mas pelas quais o Partido foi cobrado na sociedade e em outros casos prejudicaram pessoalmente muitos militantes do Partido, bem como as forças internas responsáveis por suas indicações. Foram elas a lei que exigia ensino médio dos ccs, e que gerou demissões de quadros nossos. A contratação de um secretário que custa o salário de dois(Secretário Uéverson Costa Alves), conta que ainda nos será cobrada. A demissão sumária de indicações da vereadora Michele em retaliação a posições legais de seu cargo e que não feriam o estatuto partidário. Demissões de companheiros sem qualquer comunicação ao Partido. Lembro agora rapidamente dos nomes dos companheiros Alcebides(Piuí), Charles School, Paulo Ricardo Renner Fogaça, Marcelo Duarte e na recente e também injustificada demissão da companheira Tatiane Della Pase. Todos companheiros e companheiras que defenderam este governo e comprometeram suas construções pessoais em favor deste. Todas demissões citadas foram em função de articulações políticas de Gilmar Rinaldi e de seu grupo e nunca debatidas dentro deste Diretório. Por ironia, neste mais de dois anos em que vivo nas entranhas do Partido, a única demissão que foi questionada nesse fórum, pasmem, foi a de ex-prefeita Sandra Beatriz, membro do PTB e ocupante de um cargo em comissão de indicação do Sr. Mário Sérgio Batistello. Esta demissão, mereceu do governo uma acirrada defesa,além de uma tentativa de coação dos vereadores Michele e Léo, responsáveis pelo seu desligamento e, culminou, todos sabem a partir da relação lógica que ficaria clara para Davi e Lênin, meus filhos de 7 anos, na demissão da companheira Tatiane Ferreira Della Pase da direção do Hospital São Camilo. Ora, sei que não faltarão os que farão defesa do Sr Rinaldi , argumentando que este tipo de movimento(retaliação) faz parte do jogo político e que temos que conviver com isso. Dirão talvez que o prefeito precisa gerenciar uma série de situações e quem tem seus métodos. Posso concordar, mas não deixar de lembrá-los que Stálin também tinha os seus métodos e que, em última instância se resumiram num golpe de machadinha desferido pelas costas no camarada Trotski.
Estamos agora , na iminência de um processo de prévias partidárias, que deve definir o futuro do Partido e talvez o da cidade pelos próximos anos. Baseado em tudo que coloquei neste texto, e no muito que faltou nele, nas inúmeras conversas que tive aqui, durante esses anos, com quadros de todas as forças políticas do Partido, não tenho dúvidas de que o que tem afundado nossa legenda à nível nacional é justamente esse tipo de prática que abunda em nosso governo aqui em Esteio, e que é método corrente de Gilmar Rinaldi e de seu grupo. Não quero fazer aqui nenhum juízo sobre as pessoas que compõem esses grupos(até porque não tenho contatos pessoais com a maioria desses companheiros ou companheiras), o limite de minha crítica é sobre seus métodos e sua ação no campo político. E, para concluir, é por não querer ser ou continuar sendo conivente com métodos como os supracitados aqui ,é que não apoiarei a pré candidatura às prévias de Joceane Gasparetto, que entendo representar a continuidade desse modelo que só tem feito desagregar o Partido (ou dividir para governar, se preferirem . Sun Tzu, acho.) Assim, apelo aqui a todos e todas que ajudaram a construir este Partido, e que não desejam ver o seu fim, que o repensem agora. Sei que muitos e muitas compartilham dos sentimentos que expus aqui, porém mantém suas posições e seus brios limitados as conversas de corredores. Pois bem, neste caso,com esse texto, faço minhas as palavras dos que venderam as suas.
Diônata Matos
*Obs: Às vezes, escrevo canções e só vou entender sua letra tempos depois. Segue um trecho da que emprestou o título a esse texto.
“...não jogue palavras no ventilador...há um alto preço...que se paga..surf no metrô..

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Por aí Fogaça

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Passa gravação Michael

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Oceano quântico gravação Michael

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Mares de Marte gravação Michael

https://soundcloud.com/dionata-matos-2/mares-de-marte

Mares de marte gravação Caio

https://soundcloud.com/dionata-matos-2/mares-de-marte-2

Hiato

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De volta à estrada

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