segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Sábias lições do satanismo de Anton Lavey

Sábias lições do satanismo de Anton Lavey

Não sou adepto nem tão pouco simpatizante da obra ou dos seguidores de Anton Lavey, líder de uma ordem satanista bastante difundida no mundo desde o século XX, contudo, penso que seja sempre uma atitude saudável estudar sobre o que crêem outros seres,  despido de  quaisquer preconceitos. Sem exceção, todas as religiões  espiritualistas ( fundadas sobre conhecimentos iniciáticos ligados ao contato com dimensões extra materiais )  foram discriminadas e/ou mesmo perseguidas e seus membros muitas vezes vítimas de pré julgamentos diversos, principalmente por parte de seguidores das tradições religiosas judaico cristãs ocidentais. O Satanismo da ordem de Anton Lavey certamente não escapou desses estigmas e possivelmente, por ousar a de alguma  forma fazer  apologia ao arquiinimigo cristão, foi dilacerado ante a opinião pública e com certeza vítima de injúrias e mentiras diversas.

 A era da informação e de suas tecnologias, que hoje nos permite acessar informações das mais variadas fontes sobre qualquer tema e que pouquíssimo mantém oculto da ação humana, vem também trazer luz sobre diversos temas, entre outros vem também esclarecer conceitos religiosos diversos, que por séculos viveram no desconhecimento e que por isso foram alvo de diversas versões especulativas a seu respeito. E foi navegando, ciceroneado por minha curiosidade, que dia desses parei numa página de algum seguidor de Lavey, onde encontrei informações sobre algumas das crenças deste peculiar grupo religioso. Entre os escritos postados nesta página me chamou bastante a atenção a lista com os 11 mandamentos (nada muito original, pois é) do Satanismo,  de Lavey. Não vou citar todos aqui para deixar algo para quem ficou curioso dar uma pesquisada, mas posso assegurar que são todos bastante originais e por incrível que pareça, no âmago de suas resoluções, às vezes concordam com as célebres 10 leis mosaicas e, até creio que inspirem menos ódio ou violência que os escritos do Velho Testamento. Pois bem, os membros da igreja de Satan pregam o desenvolvimento pessoal e a rejeição da conformidade do rebanho, e é por isso que cada satanista busca encontrar de forma independente seu próprio caminho e a auto definição. O primeiríssimo mandamento diz respeito a manter uma atitude discreta em relação ao mundo e nesse caso NÃO DAR CONSELHOS OU OPINIÕES A MENOS QUE ALGUÉM LHE PERGUNTE. Nossa, nem consigo pensar agora em tantas situações em que essa valiosa  “dica” pouparia muita gente de enormes constrangimentos e/ou muitos outros problemas. Sempre achei que saber ficar calado quando não se sabe ou quando não se tem nada pra dizer, é sinal de grande inteligência, assim como evitar jogar pérolas aos porcos ou recitar poemas para uma platéia surda. O segundo mandamento também exorta, aos que falam demais , a aprenderem a manter suas bocas fechadas, tal é o valor dado a atitude discreta do adepto. O terceiro  e o quarto  dos mandamentos do “ardiloso”,  dizem respeito a como se comportar na casa dos outros e a como permitir que se comportem na sua. Como muitos dos mandamentos bíblicos, a lei é escrita de forma contundente, e orienta o iniciado o que este deve fazer no caso de seu descumprimento. No caso do quarto mandamento, ele orienta o seguidor a ser duro com o hóspede que não respeita a boa hospitalidade de sua casa. Muito justo, em minha opinião. Dá pra resumir assim, o cara vai na tua casa, come tua comida e ainda te tira pra louco ou meche com tua mulher, tem mesmo é que tomar porrada e ser escorraçado. O 5° orienta contra a prática do assédio sexual deliberado. O sexto fala sobre não roubar. O 9° desmente toda aquela boataria sobre sacrifício de crianças e orienta claramente a não prejudicar de qualquer forma crianças. O 10° fala sobre não matar animais, exceto para se defender ou para comer .O  11° reza que se alguém encher teu saco na rua, peça para ele parar de fazer isso e caso ele persista nessa atitude insidiosa, destrua-o. Nada que deva causar espanto ou repulsa no caso de qualquer leitor contumaz do Velho Testamento. Os outros mandamentos do Satanismo e mais posicionamentos surpreendentes desse grupo religioso,  para quem como eu, por preconceitos diversos ou por ignorância , cultivou qualquer tipo de receio ou aversão a alguma manifestação religiosa, podem ser estudados os desvelados, em grande parte nessa biblioteca, com certeza maior que a de Alexandria,e a prova de fogo chamada internet. Pronto, é o fim das desculpas para quaisquer estultícias que nos conduziram até esse século e, quem sabe, navegando nessas águas cheguemos tão longe que talvez um dia até tomemos conhecimento de nós mesmos. E quem sabe, também, o diabo não é tão feio quanto/quando se pinta.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Fim de ano / 2017

O natal e o ano novo deixam os cães e os burgueses muito agitados.

O passado é uma roupa que não nos serve mais

O passado é uma roupa que não nos serve mais

Por mais que nos custe admitir, e que nossas tendências astrais e outras nos levem ao apego, o Belchior, novamente lembrado no título desse amontoado de palavras, tem toda razão, quando fala que muitas coisas/pessoas que já fizeram parte de nossa vida, já que no presente a mente e o corpo são diferentes,  hoje, elas não nos servem mais. Eu, pessoalmente, já tô legal, pelo menos por esta vida , de muita gente que em algum momento dela até teve alguma importância nela.
 Mais que enjoar da cara desse povo, essa distância que agora cultivo, é mais uma necessária  estratégia para a manutenção do meu nível energético. Acontece que, dentro do ciclo natural da evolução de nosso espírito humano (e/ou anterior a essa existência humana), assumimos diferentes estados vibracionais nas diversas fases de nossa vida, que repelem ou atraem outras existências (pessoas) de acordo com as vibrações destas e que, naturalmente, ao passarmos para estados vibracionais/emocionais diferentes (superiores ou inferiores), essas companhias adquiridas/contraídas no período anterior parecem já não caber no nosso momento atual de vida/existência. Às vezes, não cabem mais porque elas adensaram demais seus comportamentos/pensamentos ou porque nós sutilizamos demasiadamente nossas atitudes/idéias, ou vice versa. Qualquer que seja o caso, não há culpa de nenhuma das partes e nem tão pouco há motivo para constrangimentos quanto a esse afastamento.
 Esse, também não significa uma separação eterna. Assim como em determinado momento, uma afinidade ou circunstância qualquer te uniu a alguém e em seguida uma nova situação ou divergência quaisquer os separou, pode muito bem acontecer, que nessa mesma vida ( ou em outra), novas perspectivas históricas tornem a uni-los em torno de novos interesses em comum. Isso depende mais do tempo que as fichas de cada um levam pra cair. Você já tá de saco cheio de baladas e sua amiga ainda não. Talvez uma hora o saco dela(saco, no seu sentido figurado, obviamente) também se encha de baladas(festas,noite,etc) e aí você volte a aproximar-se delas porque agora vocês duas são mães, por exemplo. Mas, sei lá, é um mundo tão grande que não faz muito sentido, ao menos para mim, sonhar ou mesmo pensar com reencontros astrais/carnais improváveis, diante da perspectiva de tantos novos encontros que certamente  nos trarão novos olhares. Além do mais, certas relações, criadas e muitas vezes mantidas tendo vícios (de qualquer tipo) como elo comum, tendem a retornar com o mesmo elo como base forte e assim te fazer regredir ou invés de evoluir nos  seus caminhos.

 Uma separação física ou a manutenção de uma distância física/espiritual não significam também, necessariamente, o fim do vínculo de afeto a que denominamos amizade. Pelo contrário, muitas vezes, esse “tempo” longe da pessoa pode ser positivo e até mesmo fortalecer esses laços. Qualquer relação sofre a influência do tempo e um desgaste natural em função deste e, muitas vezes precisa de um período de “descanso” para recuperar sua “saúde espiritual”. O excesso, em qualquer situação, produz uma saturação, sempre prejudicial a renovação dos sentimentos, tão necessários ao equilíbrio das emoções e que produzem  a singularidade dos melhores momentos e mais ricas experiências de nossa existência. Sei que romper uma relação, principalmente as perenizadas pelo tempo,  não é fácil como deletar um amigo do Facebook. Também sei, que como diria o Humberto Guessinger, é sempre mais difícil dizer adeus, quando não há nada mais pra se dizer. Mudar sempre dói, mas não mudar, dói muito e, além do mais, precisamos todos, todos, rejuvenescer. 

sábado, 16 de dezembro de 2017

Na curva

O ano vira cinza
e simplesmente vai
è foda...é foda
Mas hoje todo mundo
quer dinheiro e paz
é moda...é moda
Mas por dentro
ninguém muda amor
da noite pro dia
Mas por dentro ninguém
muda amor da água pro vinho
Todos deixam tudo
pra outro dia
Todos deixam tudo pra outro dia
Todos deixam tudo pra outra vida
O tempo faz a curva
e o agora ao Deus dará
Na lista... de espera
Acreditam tanto acham melhor parar
NA curva..na curva...

Só as mães são felizes

Só as mães são felizes

O objetivo da vida não pode ser a felicidade. Se assim for, tudo é permitido e rompem-se todos os limites possíveis entre o meu e o seu espaço. Cada um poderia fazer o que bem entendesse numa busca insana por um obscuro ideal de um sentimento de definição imprecisa e de caráter fugaz. Antes, a felicidade deve ser e só existirá de verdade, como conseqüência de um processo longo que necessariamente exige auto conhecimento.
Vivemos a era da procura da felicidade individual, seja ela o que for. A nova regra é a busca ilimitada da satisfação pessoal e do prazer a qualquer custo durante o tempo todo. As revistas, o cinema, a internet e a televisão vendem isso o tempo inteiro. É tudo para o “seu” conforto, para “sua “ comodidade, para “sua” satisfação. Assim, conforma-se uma sociedade hedonista e impaciente, avessa ao desconforto, a dor, ao trabalho e ao compromisso. Queremos tudo e queremos agora.
Mas, a felicidade parece cada vez mais uma cenoura presa por uma vara na cabeça de um jumento, que caminha atrás dela sem parar e sem nunca alcançá-la. É obvio que a felicidade nos impulsiona, tal qual a cenoura na cabeça do jumento. Mas para que, nesse caso, não sejamos os jumentos das revistas de moda e comportamento, é preciso vê-la sob outra perspectiva. É preciso, em primeiro lugar, como diria o velho Sócrates, conhecer a si mesmo. Mas, isso implica, necessariamente, em muitas decepções, principalmente consigo mesmo. A primeira delas é constatar que, em muitas situações, agimos como o jumento da cenoura. Quando  conseguimos enxergar isso minimamente e também minimamente corrigir esse comportamento, enfim, descobrimos que abre-se para nós um fundamental portal chamado lixeira.
Então é chegada a hora de pisar naquele pedalzinho mágico da lixeira e deixar ali nesse buraco negro todas as revistas de papo merda, folhetins, programações mentais e outras quinquilharias fúteis que compramos como mapas ou atalhos para a felicidade. Feito isso, seremos mais capazes de iniciar um mergulho interno atrás de um porto, onde estão os verdadeiros valores capazes de nos elevar como seres humanos. Precisamos entender que somos parte de um todo e que somente a busca pelo bem estar geral desse organismo indivisível, do qual fazemos parte, deve proporcionar genuína satisfação ao nosso espírito, sensação também denominada “felicidade”. O que não passar por esse caminho não é mais que qualquer  forma de ilusão material de natureza efêmera e incapaz de nos elevar enquanto seres espirituais que somos.
A verdadeira felicidade  definitivamente não está a venda nas melhores casas do ramo. Ela é sempre uma construção. Não deve, portanto, ser tratada como um objetivo, mas como uma conseqüência. É a recompensa de se andar por estradas insalubres, lutar com gigantes e de vencer a si mesmo.  O velho Cristo lançou o mapa verdadeiro dela, lá no Sermão do monte, quando disse que mais feliz é o doador do que o beneficiado. Todos os professores sabem disso. O Cazuza sabia disso quando afirmou que só as mães são felizes, porque indiscutivelmente são as entidades mais generosas do universo.
Então, desculpe se tropecei e derrubei seu pequeno castelo de idéias das areias desse micro cosmo judaico/capitalista/cristão(e não do Cristo)/ Ocidental. O mundo e você precisam ser mais felizes e todos precisam saber o que só as mães sabem.


Diou/Dez 2017

A esquerda no bosque dos coelhinhos

A esquerda no bosque dos coelhinhos

Os(as) companheir@s da esquerda são engraçados, em pelo menos dois aspectos desse adjetivo. São, com certeza, sujeitos cheios de graça, no sentido de serem, normalmente, pessoas bastante carismáticas, mas, também e muito, no que se refere a muitos de seus anedóticos comportamentos de quando estabelecidos no poder. Desde sempre acompanho ou procuro acompanhar de perto os movimentos da política nacional brasileira e especialmente os mandatos d@s companheir@s eleit@s de esquerda. Mandato de esquerda, no âmbito de um sistema econômico capitalista/financista, onde o dinheiro dita as regras e os resultados do jogo, é remar o tempo inteiro contra a correnteza mais forte do mundo. Assim, esses mandatos são representantes dos mais legítimos anseios populares e da classe trabalhadora, nessa injusta peleia contra o deus Mercado. Essa missão, exige deles grande habilidade política, concentração, contato constante com suas bases eleitorais e atenção às constantes oscilações do cenário político mundial e, tudo isso, sem acesso aos recursos financeiros e ao apoio midiático com que normalmente contam mandatos de direita.
Tudo isso, exige desses representantes da esquerda, uma postura muito mais séria e determinada que a dos políticos da direita. No entanto, o que muitas vezes observo, sem saber se choro ou rio, é que muit@s de noss@s companheir@s tem feito uso desses fundamentais espaços de representação da vontade popular, não de forma corrompida(na maioria das vezes),  mas com certeza com posturas aquém do que essa luta exige.
Millor Fernandes costumava dizer que o poder é um camaleão ao contrário, que confere sua cor a tudo em sua volta . Esse processo é uma tese de fácil comprovação. Basta olhar um pouco aí a sua volta e observar a diferença de postura de muit@s de noss@s companheir@s antes e depois de suas eleições. O cara ( a guria), desde o movimento estudantil, possui uma retórica contundente e devastadora. Uma capacidade inata de inflamar multidões. Entra no Partido e demonstra excepcional habilidade nas relações internas e, em suas relações políticas facilmente constitui um grupo de leais soldados ( ou melhor, aguerridos correligionários). Amplia suas forças como líder de um movimento social/popular que passa a constituir sua base eleitoral. Elege-se com uma campanha política em que aparece como um(a) feroz guerrilheir@ cuban@, com direito a foice na mão, camiseta do Che Guevara e boné do MST na cabeça. Agora, ele(a)  finalmente chegou a Câmara e tem seu próprio gabinete. Tá ali sua nova trincheira, o quartel general de sua revolução. É parecido com a sala do Grêmio Estudantil, porém com uma decoração um pouco mais sofisticada. Lembra muito as salas do Sindicato, porém um pouco menos insalubre. Quase igual ao Cômite de seu heróico grupo político, mas um pouco mais limpinho e organizado. Ah, é claro, também tem esse maravilhoso ar condicionado que deixa todo esse duro passado lá bem do lado de fora, e permite que @ noss@ agora “ companheir@ eleit@” troque suas surradas camisetas de movimento por uma vestimenta mais adequada a sua nova posição. Mas ele(a) acabou de chegar, ainda é uma fera selvagem  numa loja de cristais. Serão necessários uns, vamos exagerar, dois meses para que seu surrado traseiro adapte-se às confortáveis e anatomicamente perfeitas cadeiras do gabinete. Mas noss@ herói(roína) ultrapassa rapidamente as melhores expectativas de Darwin e em tempo recorde demonstra em si mesmo todo poder da seleção natural. Já trafega com destreza por todo aquele emplumado ambiente, começa a perder o caninos e compreende que sua nova arma naquele lugar está nas mãos e na sua graciosidade. Ciente de seu novo poder, agora distribui apertos de mãos, tampas nas costas e sorrisos. Agora freqüenta versinages, pomposos  jantares e os mais “bem freqüentados”  gabinetes . Já descobriu o caminho para a máquina de café todas as bocas-livres que aquela nova posição lhe proporciona. Já foi capturad@ e engolid@ por uma fera, que ele(a) conhecia bem, e ainda nem notou.
Esta é na verdade uma crônica sobre como o Homo Sapiens adapta-se rapidamente ao conforto e esquece todo o resto, incluindo o que veio fazer e quem o trouxe até aqui. Quem nunca foi numa festa,  com um amig@ e apenas um convite, deixou @ amig@ no lá de fora esperando um sinal para que ele(a) também pudesse entrar e acabou se envolvendo com a festa e esquecendo @ amig@. É humano, não dá pra culpar ninguém por isto. Todavia, como insistia em pregar e praticar o Comandante Che, uma disciplina dura é pré requisito para um revolucionário. Quem não é de mar que fique na areia. Um representante das históricas lutas populares até pode usufruir certos luxos, mas não entregar-se a eles, de forma a tornar-se relapso ou mesmo pouco produtivo nessa verdadeira guerra que só quem tem calos nas mãos   até a camada mais funda da alma compreende plenamente.

Mas, essa é só mais uma das minhas moscas sem asas, destinadas a não ultrapassar o monitor. Este é apenas um desabafo, pra dizer que espero o que qualquer um espera de alguém em quem devotou alguma confiança, a ponto de designá-lo como seu representante. Enquanto isso, sei que os meninos seguem andando na Floresta dos lobos como se passeassem no Bosque dos coelhinhos.

sábado, 18 de novembro de 2017

À coordenação executiva da tendência interna do Partido dos Trabalhadores (Diretório Esteio-RS), Democracia Socialista-Esteio-RS.

Prezad@s companheir@s, venho por meio desta informar meu desligamento do corpo representante da tendência interna do Partido dos Trabalhadores,  Democracia Socialista de Esteio-RS. Deixo nas linhas seguintes um breve relato acerca de algumas experiências pessoais que tive enquanto participante da DS-Esteio, bem como sobre os motivos que conduziram a esse afastamento, com o intuito que este relato possa de alguma forma contribuir com a evolução dos trabalhos dessa valorosa organização.
Como sabem, apoio e milito na tendência DS-Esteio desde, aproximadamente, o início de 2008, período que coincide com  o início das mandatos do companheiro Léo Dahmer.  Minha aproximação e conseqüente início de colaboração com a corrente,  deu-se através do convite da companheira Tatiane Della Pase e intensificou-se ao longo desses anos. Durante esse período atuei, como indicado político da corrente na organização interna da sede do Partido dos Trabalhadores-Esteio , e tive uma breve passagem, também a partir de uma indicação da corrente, pela Secretaria Municipal de Arte e Cultura, onde exerci o cargo em comissão de coordenador cultural, no último ano da gestão de Gilmar Rinaldi. Nestas ocasiões desenvolvi ,junto aos companheiros da corrente, diversos projetos e ações destinados, principalmente, ao fortalecimento das bases humanas/políticas desse grupo e à disseminação de nosso projeto político na cidade de Esteio. Foram muitas e ricas  as experiências humanas que desfrutei nesse ciclo vital, pelas quais sou muito grato e, me sinto compelido a tecer aqui um sucinto resumo sobre minhas percepções dos aspectos políticos desse  processo.
No que diz respeito aos trabalhos que desenvolvemos, enquanto organização política municipal de Esteio, no período em que participei dessas construções, é obvio que nossa força  pode ser medida, em parte, por termos conseguido eleger o mandato de vereador  do companheiro Léo Dahmer por três eleições consecutivas. No entanto, penso que a autocrítica do grupo  nem sempre foi absolutamente sincera ou eficaz, no sentido de corrigir  eventuais desvios de conduta ou de planejamento. Atribuo isso, em parte, como é comum em muitas organizações,  às correlações de poder  na esferas das construções internas da corrente. Sendo assim, me permito aqui uma pequena releitura sobre o desenvolvimento dos projetos da corrente ao longo do tempo que atuei na DS-Esteio.
Quanto a atuação destes mandatos, bem como da corrente neste período, penso  que o primeiro mandato tenha sido de longe o mais expressivo. Nesses primeiros 04 anos, o mandato foi proponente e protagonista de diversas obras de infraestrutura (principalmente na região dos bairros e regiões afetados por enchentes)  na região relacionadas ao controle de enchentes, urbanização, regularizações fundiárias bem como de grandes demandas sociais e culturais . Também foi um período de grande fortalecimento das bases de apoio do grupo e de suas relações internas. A atuação positiva do grupo nesse período culminou no expressivo resultado eleitoral da segunda eleição, quando o companheiro Léo Dahmer obteve a maior votação da história de Esteio. O segundo mandato adota novas posturas, assumindo uma posição de liderança na bancada de situação do governo Gilmar Rinaldi, o que, acredito, tenha gerado ao mandato mais ônus do que bônus, no que se refere a manutenção de suas bases eleitorais. Este segundo mandato, que concentra sua linha de atuação na defesa dos projetos do governo Gilmar, que nem sempre responde a altura dessa lealdade, em minha opinião, acaba por negligenciar ou deixar em segundo plano algumas de suas bandeiras de campanha e suas grandes marcas constituídas no primeiro mandato, principalmente as relacionadas à cultura (  estúdio público ) e à educação ( ensino técnico). Em minha visão, esse abandono ou falta de prioridade a algumas dessas bandeiras nos custaram a perda ou o enfraquecimento de diversas de nossas  bases de apoio, principalmente algumas constituídas de jovens e artistas. Além disso, o mandato perde nesse tempo parte do apoio de sua principal base regional, à das áreas de enchentes, o que nesse caso pode ser atribuído a pouca presença física do mandato nessas regiões, após o pleito , bem como à estratagemas do próprio governo que busca nesse processo fortalecer seu quadros em detrimento do mandato do vereador da DS. Entre outros, penso que sejam esses os principais fatores que levaram a redução da votação para o terceiro mandato.  Pesa também para essa redução da votação da terceira eleição, a falta de um posicionamento firme da corrente/ do mandato frente à possibilidade da candidatura do companheiro Léo para o cargo de prefeito. A nível de organização interna, penso que a corrente tenha perdido ou enfraquecido diversas de suas bases pela ausência de diálogo e apoio à essas. O terceiro mandato inicia em uma conjuntura completamente diversa dos anteriores, atuando pela primeira vez como oposição, num cenário politicamente muito mais adverso que os anteriores. Não conseguimos eleger nenhum dos candidatos que apoiamos ao parlamento estadual e tão pouco contamos com grandes apoios no parlamento federal. Também estamos fora dos espaços do poder executivo nas três esferas de poder em que atuamos. Apesar disso, o mandato do vereador ainda mantém, como em momentos anteriores , uma postura combativa na defesa de nossas macro políticas e uma atuação satisfatória enquanto oposição no município (liderando a bancada petista), mas, hoje, às vésperas de completar o  primeiro ano desses novo mandato, perante a opinião pública em sua maioria, em minha visão, ainda não disse à que veio. Embora a comunicação do mandato venha tendo uma atuação mais dinâmica que em períodos anteriores, penso que o mandato não tenha deixado claro à maior parte da  população suas bandeiras fundamentais, seus principais eixos de atuação  e projetos de trabalho. Além disso, avalio que faltam prestações de contas ou a retomada de lutas anteriores como as relacionadas a cultura e à educação ( estúdio público, semana cultural, escola técnica, . Penso que isso tudo seja especialmente preocupante em função de nossa expectativa ( que continua sendo a minha) de conduzir o companheiro Léo Dahmer a uma disputa pela prefeitura da cidade no próximo pleito.
Feita essa pequena releitura da conjuntura desses anos em que estive na DS-Esteio, deixo claro a seguir os principais aspectos de meu descontentamento pessoal com a organização da corrente. Seguem os mesmos listados em ordem aleatória:
·         A ausência de apoio político do mandato e da corrente aos quadros políticos que mantinha e mantém em governos petistas e a ausência de projeto político para a atuação destes. Penso que nossa ocupação de espaços políticos (cargos em comissão), não que isso não seja comum à prática política, dava-se e ainda dá-se de forma pouco estratégica, no que diz respeito ao desenvolvimento de  projetos políticos nesses espaços. Estes, em muitos casos, constituíam-se como meros  “empregos políticos” para que o “empregado” garantisse a manutenção de sua base de apoio eleitoral.

·         O fato de que o mandato, não tenha acatado/cumprido com  a decisão da corrente de dividir seus cargos em comissão (assessores) entre um homem e uma mulher (política de gênero).

·         A ausência de iniciativas e projeto da corrente ( enquanto detentora de mandato) para a construção, fortalecimento e formação de seus quadros estabelecidos, e de novos quadros.

·         A falta de apoio da corrente aos seus quadros em suas respectivas bases de atuação (movimento comunitário, cultura, saúde, etc).

·         A falta de apoio da corrente à decisão tomada anteriormente de apoiar uma candidatura feminina.

·         O fato de não consultar todos os membros da corrente, num ambiente plenamente democrático, quando da ocupação de cargos políticos (cargos em comissão), gerados a partir da influência da corrente em espaços dentro e fora do município.

·         O fato de centralizar a relação com a esfera estadual da corrente DS em figuras do mandato ou próximas a este, limitando assim a construção, circulação e construção política de novos quadros.

Enfim, são estas as principais causa do meu afastamento da organização  DS-Esteio. Assim, tendo colocado aqui minhas insatisfações e leituras pessoais referentes a atuação do mandato e da corrente DS, devo dizer que estas, são na sua maior parte, questões de ordem pragmática, que sinalizam mais como uma não adaptação minha aos modelos/padrões operacionais vigentes na gestão do grupo DS ESteio, do que qualquer discordância ou não adequação aos princípios político/filosóficos da tendência Democracia Socialista, aos quais me sinto pessoalmente alinhado, apesar de também alimentar críticas acerca da distância que  muitas vezes há entre essa base ideológica e a práxis dos mandatos que a representam.
Por fim, esclareço aos(as) companheir@s que não tenho intenção de passar a militar ou participar de nenhum outro grupo político atualmente constituído de nosso município, mais por falta de identificação política com estes do que por qualquer outro entendimento. Sigo meu caminho, inevitavelmente crítico, na luta por uma sociedade socialista e pela organização dessa luta, por enquanto, sem vínculos a nenhuma tendência interna, mas ainda acreditando na organização do Partido dos Trabalhadores como a grande ferramenta política da esquerda brasileira. Desejo que os(as companheir@s sejam cada vez melhores, mais críticos e mais com “ Che” em suas lutas e que minhas palavras, bem como minha passagem pela corrente, possam ter contribuído tanto a nossa causa como contribuíram a minha formação política. Grandes lutas à tod@s. Hasta la victória siempre.

Diou

Esteio, 18 de novembro de 2017.

sábado, 4 de novembro de 2017

A marcha dos iniciados

A marcha dos iniciados

Quando você perceber
Quando você aceitar
Quando a terra tremer
Quando o silêncio falar
Quando você estiver pronto
mente..pés e retina
Verá e andará sobre as águas
e sob a chuva fina...
um dia...um dia...um dia
Quando o tempo viajou no tempo
e descobriu a calma
a essência estranha e fina do elemento alma...
Foi quando o cara surpreendeu a todos
e acordou do coma...
das ilusões dessa vida
da hipnose das chamas....
Quando você entender
Além do que pode ver
o fim e o princípio de tudo
então vai reconhecer....
o espelho...o espelho...o espelho.

Diou ( canção escrita em pedaços entre os anos 2004 e 2017).

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Barulho na escuridão

Barulho na escuridão
O primeiro tiro... na escuridão
estava tão vazio...
Há quanto tempo eu procurava essas balas
no teu quarto e em outras salas
A primeira noite... nessa prisão
teve poesia
Todos os dias que vieram depois
eu tomei banhos...de solidões..
E o primeiro dia de sol não foi um dia de sol
exatamente....
O que incomoda às vezes é o que dói e em outras
o que não se sente...
O primeiro beijo foi bom...mas o primeiro cigarro
foi de repente
A única sensação que talvez
eu nunca mais possa ter novamente.
Diou/2017

Poema bruto

Poema bruto
Se o meu poema é bruto
como meu tempo é curto
eu vivo sem problema
Se me faz a cabeça
eu mergulho fundo
e às vezes nunca chega
É demasiado tarde
mas não acredito
nessa mania inglesa
De ter pra tudo um tempo
agora está escuro
mas vejo com clareza
Lá vem um novo dia
essa bandeira é minha
e nunca foi francesa
E até para ser franco
eu nunca fui tão branco
por isso essa moleza
O preto em minhas veias
tem quadris selvagens
e uma alegria intensa
E nessa corte branca
isso é o que me salva
da febre portuguesa.

Movimento dos sem idéias

Sou a favor da invasão de qualquer propriedade improdutiva, inclusive a intelectual.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Pontos de vista e pontos de fuga

Pontos de vista e pontos de fuga
Se é disso que nós dependemos
essa é a bandeira que defendemos
Contra tudo e a favor de todos
Ninguém será livre se todos não formos
E o resto é bobagem...
Ganhar na loteria
Chegar ao topo do mundo
Tentar o suicídio
Fugir assim de tudo
Pela porta dos fundos
A vida não tem saída...
Até a vitória sempre
não há outro caminho
ninguém nunca está só
mesmo quando está sozinho
O tempo é pouco e voraz
para não ser poema
e a vida é curta demais
para se pequena.

programa E

https://youtu.be/ttCPW9RxUlk

De saco cheio

https://youtu.be/J1Gzb0BwuHA

De pertinho

https://youtu.be/6A2PP-lK1zw

Manifesto Força Popular

Manifesto Força Popular
Definição: Movimento social em prol do avanço da participação popular nos processos deliberativos de todas as esferas do poder público brasileiro.
Argumento:
 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
 II - a cidadania;
 III - a dignidade da pessoa humana;
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 V - o pluralismo político.
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
#democraciadiretars
Reivindicações:
·         Fim da reeleição para cargos parlamentares,
·         Fim do voto obrigatório,
·         Simplificação e redução de quórum para envio de projeto de iniciativa popular
·         Referendo opcional  para embargar projetos de lei com quórum de 0,3% dos votos válidos na última eleição, realizados com auxilio das tecnologias da informática e computação(TICs).
·         Referendo obrigatório para qualquer modificação na Constituição Federal, dos livros constituintes dos Estados ou das leis orgânicas dos municípios, , realizados com auxilio das tecnologias da informática e computação(TICs).
·         Sistema de democracia direta segundo reivindicações anteriores nas três esferas de poder  da federação
·         Fim dos cargos vitalícios para  instâncias superiores do  judiciário e fim da indicação do executivo para esses cargos, devendo ocorrer pleito público para a ocupação destes.
·         Obrigatoriedade de sistemas  de participação e decisão  sobre regimes de operação, abertos a população em todos os órgãos da administração pública.



Contexto histórico/político base para o debate que deve dar origem ao manifesto do movimento.
Todo poder ao povo

Uma grande crise financeira assola o mundo desde 2008 e o Brasil demora a sentir seus efeitos ,devido a existência de um sólido mercado  interno e de vultuosas reservas financeiras; mas finalmente  ela chega ao país quase às vésperas das eleições presidenciais de 2014 e culmina nos movimentos sociais e manifestações  populares de meados de 2013,  que dão início a um grande período de instabilidade política e econômica  persistente  até os dias atuais
As grandes convulsões sociais produzidas no Brasil, principalmente a partir de 2013, em função da insatisfação popular com o sistema político e seus representantes, bem como com a atuação das esferas governamentais da época, desencadearam uma série de novas denúncias contra agentes políticos de todos os níveis da federação. Estas,  vem retroalimentando essa  grave crise política, e por consequência também econômica, até hoje, decorridos já quatro anos do início destas manifestações.
A  grande mídia nacional, longe de exercer um papel esclarecedor sobre esse longo processo em curso, amplifica os desastrosos resultados econômicos e sociais desses eventos,  através da veiculação de informações sem provas, e muitas vezes com viés claramente  tendencioso e direcionado para  atender demandas eleitorais próprias ou de seus maiores clientes.  Estas denúncias desqualificadas, com frequência interferem no fluxo do mercado de capitais, quase sempre de forma calculada para beneficiar os grandes grupos financeiros que, não por acaso, são também os grandes clientes dessa “imprensa livre”.
Os partidos e a classe política brasileira, principais peças em xeque desse processo, fizeram uma leitura superficial  das manifestações de 2013, quando não tentaram oportunistamente cooptá-las. Acenaram com transformações internas nas suas estruturas partidárias que, por vezes, não iam além mudar o nome dos seus partidos , ou de lançar mão de demagógicas propostas sobre saneamento do processo eleitoral e do sistema político, que nem de longe arranhavam o velho e viciado sistema criado e recriado para reproduzir-se e para se fortalecer-se.
E , finalmente, na ponta ou no início desse círculo, semelhante a uma cobra que morde a própria cauda, está o cidadão, tão descrente do poder quanto longe desse, dividindo sua indignação entre a impotência e a desilusão.
Hoje ainda, passado de meados de 2017,  diversas são as repercussões desta conjuntura política/social que teve inicio em 2013, e nenhuma dessas parece favorável ao povo brasileiro. As denúncias persistem e  o denuncismo oportunista da mídia cresce. O cenário político, às vésperas de novo pleito presidencial é mais indefinido que nunca e  a classe política não acena com grandes novidades para o eleitor.
Nesse vácuo surgem oportunistas das mais variadas vertentes da nossa vasta fauna política, com propostas que até o bom Deus duvida. Eduardo Galeano, em 2013, falando sobre a quantidade de jovens que deixaram de votar na Espanha naquele mesmo ano,argumentava, que os mesmos não haviam abandonado o processo democrático porque deixaram de acreditar neste e, sim , porque não mais acreditavam na forma que aquele processo lhes era oferecido. Ou seja, passaram a desconfiar , não da democracia em si como sistema de governo, mas dos seus métodos. Deixaram de crer  no que lhes foi oferecido sob o sequestrado nome da democracia e não no ideal democrático em si. Esse, acredito, seja o lugar onde estamos hoje no Brasil. Queremos democracia. Queremos lutar, mas não com essa farda.
Esse processo democrático baseado no voto, trocado pelo interesse direto  do eleitor(seja ele a troca da lâmpada de um poste, uma cesta básica, asfalto na rua, um furo na fila do SUS, um cargo de R$30000,00 em Brasília ou qualquer espécie de favorecimento pessoal)e que não contempla o bem maior da sociedade como um todo, é também um exercício egoísta/individualista que estimula e tem como consequência a desagregação e o enfraquecimento dos setores sociais, e o simultâneo fortalecimento das esferas privadas bem representadas pelos donos dos grandes capitais , que via de regra não contemplam os principais interesses públicos.
Não é exagero, neste momento, afirmar que ninguém nos representa. É exatamente assim que nos sentimos quando mesmo o candidato em quem votamos, assume seu mandato com uma plataforma política ou uma linha de ação, que muitas vezes destoa totalmente daquela da campanha política que o elegeu. Isso, sem falar nos muitos que não tiveram seus candidatos eleitos ou mesmo que não votaram em ninguém. De fato, ninguém os representa.
Isso é o que  o atual modelo eleitoral e político promove e estimula. Também não há neste modelo absolutamente nenhum estímulo a emancipação política da população. A disputa se dá em um ambiente que, além de ser  impróprio para nos fazer refletir sobre as grandes questões que dominam nossas vidas como cidadãos, ainda aliena o eleitor, seja o levando a descrença total por esgotamento psicológico, seja vendendo ilusões que o marketing político traveste de esperança. Não há, enfim, nenhum diálogo sério e não impositivo, e nem condições para que isso prolifere no ar viciado do sistema político brasileiro atual.
De dois em dois anos, o que fazemos é, na verdade, assinar um cheque em branco para  o candidato que julgamos ser o menos pior,  entre os que aí  estão a apertar indiscriminadamente mãos e a distribuir tapas nas costas. E ainda pior do que isso, há os que apostam no cavalo vencedor e entregam novamente sua procuração ao equino favorito e a sorte do país nas mãos da entidade metafísica de sua preferência.
Assim, talvez caiba a nós, que habitamos o fundo desse poço, debater e decidir como sairemos daqui. Talvez, erremos o caminho, e aí não tem saída senão aprender com o erro, voltar ao debate e bater a cabeça na parede até encontrar saídas. E afinal, o que temos feito até então senão agredir paredes a cabeçadas. Contudo, é fundamental que esse debate seja constante e não apenas de dois em dois anos. Ele necessita de continuidade. Na verdade, já fazemos isso nas redes sociais o tempo inteiro. As chamadas TICs (tecnologias da informática e da computação) recolocaram o debate político no nosso dia a dia, e deram a voz (ou pelo menos alguma voz)que não tínhamos  antes delas. Porém, apesar dos calorosos debates que travamos  nesse espaços, nossa indignação ainda parece ser uma mosca sem asas que não vai muito além do nosso monitor e muito menos parece chegar nas câmaras secretas de Brasília. Nossa Constituição Federal segue sendo diariamente vilipendiada ao gosto de interesses diversos sem que possamos, de fato, reagir até as próximas eleições.
Faltam, à nossa boa vontade para o debate, ferramentas que garantam que ,mais que  poder opinar ou mesmo participar, possamos de fato deliberar sobre os leis que regem nossa vidas. Afinal, como reza nossa carta magna em seu artigo 1°, parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou DIRETAMENTE, nos termos desta Constituição. ( O GRIFO FIZ POR GOSTO).
Não tenho dúvidas de que o estabelecimento de uma sociedade brasileira mais justa e de um regime democrático mais próximo do que esperamos e acreditamos passa, necessariamente pelas sofridas mãos do seu povo. Ninguém, que não tenha  também a mão em calos até a camada mais funda da alma, pode sentir o que sentimos e nem nos representar a contento. Somente no debate de peito aberto  com nosso próximo, sujeitos a todas as possíveis contradições da nossa existência humana e, por essa condição, também política, defendendo nossas teses, sujeito a suas antíteses e na busca de uma síntese, é que avançaremos rumo a uma nação mais solidária e mais capaz de resolver seus próprios problemas sem a crença que seus heróis ou deuses o farão.
O que fazer, como questionaria o velho Lênin , ou como fazê-lo, e as implicações de tal empreitada são trabalho para um grupo, ou melhor, para um povo. A Suíça, a Islândia e outros regimes democráticos do mundo acharam caminhos para aperfeiçoar seu processo democrático e nós brasileiros certamente já temos maturidade para encontrar o nosso, e  quiçá iniciar um novo tempo na história da nossa democracia, dessa vez, pelas mãos do povo.

Diônata Matos(Diou)/Outubro 2017

Projeto:
- Criar um movimento social aberto para a promoção da bandeira da democracia direta nas redes sociais.
- Projetar a candidatura de um mandato estadual para 2018 que paute todos seus eixos de atuação, tendo como elemento transversal fundamental a evolução do sistema democrático brasileiro.
- Criar dentro do Partido dos trabalhadores um novo grupo político que reúna entusiastas desse projeto político, destinado a retomar um diálogo com a população sobre democracia, capaz de sobrepujar o atual quadro de polarização política que nos últimos anos estabeleceu um muro entre nós, militantes de esquerda e boa parte do eleitorado. Esse grupo também deve ter como objetivo a promoção de relações  de participação e deliberação mais horizontais dentro de sua própria estrutura de funcionamento, do Partido e das diversas  esferas do poder público.

Plano Operacional:
Ação
Prazo


Reunião para fundação do grupo
08/11
Montagem GT candidatura
08/11
Montagem peças publicitárias
15/12
Inicio da divulgação das peças
15/12
Montagem Manifesto
15/12
Publicação Manifesto
15/12
Montagem Programa mandato
15/12
Procura de apoios institucionais
01/12
ETC






Resultado de imagem para que a força esteja com você


quarta-feira, 28 de junho de 2017

Beco sem saída

Beco sem saída

Tudo se explica mas nada tem o mesmo cheiro que tinha
Quando se entende como funciona aquela máquina antiga
Tudo se resume amas quem é que diria
Que o jornal de ontem ainda hoje valia
Que a roda do tempo giraria ao contrário
Da evolução no sentido anti horário
Onde tudo começa   e termina...menina
Onde acaba uma e começa outra vida
Dessa nova mudança ainda tem cheiro de tinta
Ainda é recente essa dor mas logo ela cicatriza
A vida é sempre passagem de  ida
Hoje é sempre um beco sem saída.

Diou 
Junho 2017

sábado, 24 de junho de 2017

Mecânica Tropical

Você sabe que não é legal
Você sabe onde nasce o mal
Sonhar alto...fazer planos
pôr palmeirenses e corinthianos
no mesmo local...

Você sabe que não é normal
Você sabe que o grande mal
É uva e manga no mingau
hipocrisia e melancia
no mesmo jornal...

Melhor chamar o Padre "Ciço"
pra presidente do Brasil
Ou a liga dos ex big brothers
pra salvar o carnaval do Rio...

Deus nos acuda
livrai-nos de Cuba
mande bananas e ajuda
e um poema do Bial...
Doses agudas
de caras..danças e bundas
a próxima copa
e nada mais importa....

Nesse calor infernal
a lógica não funda
 e o pensamento não sustenta o pau de pé...
Nesse calor é normal
as peças não se encaixam
o buraco é mais em baixo
é a mecânica tropical...

A gente sabe o que fazer na fossa
a gente curte bosta nova
mistura Skol e Coca Cola
leva jeito para jogar bola
e foge da escola...

Melhor deixar a vida como é
e eleger a Regina Casé
pra conduzir a nossa bateria
fazer protesto na periferia...

Deus nos acuda.....


Diou/Maio 2017







terça-feira, 13 de junho de 2017

Zezé Di Camargo e Graciele Lacerda vão casar

Zezé Di Camargo e Graciele Lacerda vão casar



O título desta crônica é a notícia de capa do dia de hoje em um dos principais portais de informações da internet acessados no Brasil. Não há espanto nenhum nisso, nem surpresas. Essa notícia é real e talvez uma das mais consistente e verdadeira dos últimos tempos, não só desse portal como de quase todos os outros grandes canais de notícias do Brasil. O iminente e eminente casamento de Zezé e Graciele é uma das melhores notícias do ano, e uma das mais sérias. Semana passada essa mídiazinha encheu tanto a paciência com julgamento do TSE e bla..bla..blá wiskas sachê, que estávamos mesmo precisando de um pouco de cultura pra lavar a alma. Chega de lava jato gente. Em vez de você ficar pensando no Temer, pensa no Zezé, chora pelo Zezé e não liga pro Gilmar Mendes. Deixa essa gente pra lá, que hoje a Ana Maria Braga mudou o corte de cabelo e vai receber o Neymar pro café da manhã. E é claro que não vão faltar os imperdíveis comentários do Loro José, o único boneco fantoche do mundo, que participa do único programa para adultos do mundo, que tem um boneco fantoche comentarista de moda, política, etc. Gente, tudo de bom. Aquela gente das duas câmaras federais que se arranhe pra debater reforma trabalhista, da previdência e eleições diretas, que a gente está mesmo é querendo saber quando começa a nova edição do Big Brother Brasil. Vai ser duro esperar. Ainda bem que até lá temos o campeonato mundial de Fórmula 1, esporte que tem tudo a ver com o Brasil. Afinal, nós desenvolvemos tecnologias aerodinâmicas de veículos e de motores de alto nível, temos muitas escolas de pilotos com acesso a garotos de qualquer faixa de renda, temos os pilotos mais rápidos do mundo e quase conseguimos passar a mão num carro de Fórmula 1 quando tem exposição no Morumbi Shopping. É realmente um esporte muito popular. Enfim, a grande mídia nacional prova a cada dia ter uma sintonia finíssima com o seu público. Especialmente aos domingos, quando proporciona entretenimento de altíssima qualidade pra todo esse povo suado, cansado demais pra fazer passeata reivindicando direitos e outros mi mi mis em pleno domingo em que o Faustão vai trazer a Anita, e que o Faro vai ajudar dando casa, dinheiro e perspectiva para aquele artista dos anos 80 que caiu nas drogas e agora precisa de uma forcinha. Aquele o...o... “cê” sabe..ooo...bom esqueci agora, mas era muito bom...vai estar imperdível. Mas, agora chega dessa conversa fiada de presidente ladrão, senador da República que manda matar o primo( que o assunto agora não é novela) e judiciário falido e vamos ao que realmente importa. Como será o vestido de casamento da Graciele?

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Tem muito garnizé pensando que é pavão

Tem muito garnizé pensando que é pavão


Tem qualquer extravagância exagerada ( uma redundância, obviamente) no comportamento de quase todo mundo nas redes sociais, apelo  do qual  pouquíssimos escaparam e, que neste  caso eu mesmo não me excluo e carrego, além da vergonha alheia a minha própria, ao verificar a forma como certas vezes me manifestei  nesse palco de fácil acesso . É a explosão de um narcisismo reprimido  por milênios, que acompanhou latente a evolução tecnológica da humanidade,  sem canal disponível para sua vazão, que agora encontra finalmente  a torneira aberta e comporta-se imprevisivelmente, tanto quanto qualquer mola comprimida ao fim da força repressora. Queria  acreditar que isso explicasse esse comportamentos e que essa curva ascendente de manifestações ridículas tende-se a estabilização ao longo do curso civilizatório, mas a impressão que tenho agora, e o pouco estudo que tenho sobre hábitos do homem e as tendências comportamentais intrínsecas à espécie, não me enchem de esperança. Estes movimentos ondulatórios coletivos não tem limites sociais, econômicos ou etários. São, nesse sentido, mais democráticos que certos tipos de gripe.  Atingem a pequena menina que já exagera na maquiagem enquanto admira a própria imagem no espelho. Atingem o garoto que sente a  necessidade de opinar ou intrometer-se em conversas alheias , a adolescente que fala  sem parar monopolizando qualquer possível tentativa de comunicação entre duas ou mais partes .  Alcançam o adulto que procura ostentar aquisições ou conquistas materiais em busca de elevação do seu status social, e está igualmente presente no idosos e na percepção que este desenvolve, de que a sua idade lhe conferiu, além de direitos,  alguma dignidade que lhe faltou durante toda essa existência e que este agora passará o resto da vida a cobrar, e disto fará  a razão para o resto dos seus dias. São  10001 variações de complexos de inferioridade e superioridade combinados e nunca devidamente diagnosticados ou tratados, dos quais provavelmente nenhum de nós escape, em certa medida em algum momento. É muita gente, parafraseando Renato Russo na canção “Índios”, falando demais por não ter nada a dizer. Um incessante e crescente culto do “ter” em detrimento do “ser”. Essa afetação geral, tão evidente nesses canais virtuais é, infelizmente,  tendência comportamental predominante nas sociedades capitalistas modernas.  Poderia citar a aqui, apenas dando uma olhadinha no Facebook , mais milhares de expressões dessas doenças modernas ou antigas e de suas variações e desvios diversos, mas acho que profissionais mais competentes conduzirão no futuro curiosos estudos sobre essa fase da humanidade, em que éramos garnizés e nos comportávamos como pavões. É claro, que entre nós já conviviam criaturas a frente de seu tempo que faziam justamente o contrário. Me ocorreu agora, dois exemplos de discretíssimos pavões que nunca ostentaram toda magnitude de suas plumas, são eles Bob Dylan e Chico Buarque. Penso que mais umas dez humanidades para frente (acordei otimista hoje) eles serão a maioria. Amém.

Diou/2017

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa

Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa

A idade nos traz certas reflexões inevitáveis, infelizmente, não para todos. Mas, pra mim algumas tem chegado a marolar como uma garrafa de correios no oceano. Uma, que particularmente tem me incomodado nos últimos tempos, diz respeito ao meu hábito, que acredito seja comum entre um certo número de viventes, de fazer  120 coisas diferentes por minuto sem mal conseguir concentrar-se direito em uma delas. Agora mesmo digito essas linhas enquanto leio um artigo, penso na agenda do dia e quase me esqueço da água do chimarrão fervendo no fogão. Dessas reflexões, por mais dissecações que tenha feito até então, não tenho extraído mais do que outras dúvidas. Será que afinal, tantos defeitos que “sanamos” com o tempo, parafraseando mestre Oswaldo, não eram o melhor que tínhamos em nós?

Possivelmente não exista saída fácil pra esse labirinto do Kid Abelha, de saber de quase tudo um pouco e quase tudo mal. Labirinto que afinal entramos por gosto, e que só quem nele peregrina sabe que ele também é cheio de belezas. E talvez a parte mais difícil dessa fuga não seja encontrar a saída desse emaranhado de alternativas, e sim querer desprender-se de tão agradáveis experiências para viver uma existência monocromática. Até porque, quem nunca pelo menos passeou em sua suas esquinas nem sempre quadradas, não tem ideia como tudo está tão intrinsecamente  ligado, que não faz sentido isolar partículas para analisar seu comportamento, se as mesmas comportam-se de forma diversa dependendo do olhar do transeunte, das cores da parede e principalmente da trilha sonora. Tem poesia na matemática e matemática na filosofia. Tem muito conhecimento acumulado e sintetizado numa canção, extraído por processos muito além da mais fina destilação in vitro já realizada pela moderna ciência. Enfim, talvez a capacidade de  subversão dentro de nós seja a verdadeira mãe de uma possível, e talvez até nunca total, compreensão dos processos. Talvez , de fato convivam entre o caos e a terra muito mais possibilidades do que julga nossa rebeldia poser, que acaba sempre por refletir nossos pais na poça de água de uma rua asfaltada, e a única certeza que agora me ocorre é que não quero deixar de saber sobre um átomo desse oceano. E nesse caso, sei que às vezes  deixo de mergulhar em suas profundidades para navegar nas belezas de sua agitação . Ao fim do texto, ainda sem respostas, jogo a garrafa de volta ao mar pra que ela incomode outros em outras praias ou, quem sabe daqui há alguns anos volte aos meus pés, talvez também pisando em outra praia.


Diou/maio 2017

sexta-feira, 24 de março de 2017

youtube

https://www.youtube.com/watch?v=iN4lA1u8wZI

https://youtu.be/BztWZpss8AM

https://youtu.be/qWfKLCh8X6g

https://youtu.be/rk0l1nw0Fgk

https://youtu.be/0RFdnf3ZBog _ Paulo Fogaça


https://youtu.be/YvV_-JXTcxE  Enquanto o Planeta Gira

https://youtu.be/qWfKLCh8X6g  Luzes e Fumaça





A carne de língua podre é a mais cara do mercado

A carne de língua  podre é a mais cara do mercado



             O  ano é 2017 e o “jornalismo” de fofocas ultrapassa todos os seus limites. Acabaram de divulgar ao mundo, sem qualquer fundamento sólido, ou prova definitiva, que os frigoríficos brasileiros vendiam carne podre. Conhecendo bem o espírito de porco da nossa burguesia como conheço, não duvido que vendessem até carne humana (o que de certa forma o fazem ). Mas, neste caso, a grande questão não é o que fizeram eles, ou outros, nem o que fariam ou deixaram de fazer. A grande questão hoje é, que nossa imprensa leviana, sem o menor “domínio do fato” (termo que tanto os deliciou, em idos de outros tempos) desandou , como se o Corinthians tivesse ganhado o mundial,  a jogar “notícias” no ventilador, aos quatro ventos, sobre  o que pra ela era mais um escândalo (que nesse momento também serve de cortina de fumaça)banal e cotidiano. Só que até o momento,  este que poderíamos denominar, crime de língua podre, já deve ter custado ao Brasil uns 14 bilhões de reais (falando apenas das vendas suspensas ou canceladas do período) subtraídos do já minguado resultado interno bruto de nossos esforços para juntar o sagrado superávit banqueiro de todo ano. Isso, sem falar no efeito dominó destas interrupções na indústria de carne, nos empregos  diretos e em todos os demais resultados econômicos da nação. Sim, estamos falando de uma micro crise bilionária gerada pela irresponsável mídia nacional.
          Novamente, a questão central aqui não é a acusação, nem o acusado, mas a forma leviana com que foi feita e divulgada a matéria. A questão aqui  é a disposição dos sujeitos da nossa  mídia, sempre prontos a disseminar boatos capazes de destruir a economia (claro,nesse campo o que é ruim para  uns é bom para outros), os processos políticos,  bem como muitas biografias a partir da divulgação de             “denúncias” fora de contexto e muitas vezes sem nenhuma prova física.
       Diante disso, urge uma regulamentação dos veículos de comunicação, que inclua uma  revisão das concessões públicas dos meios de comunicação ( TV, rádio), bem como uma redefinição dos marcos jurídicos de operação desses veículos, que redefinam seus limites legais, no que diz respeito a responsabilidade sobre o conteúdo divulgado. É necessária também uma legislação mais dura para a divulgação de “notícias” inverossímeis, não amparadas por provas e de intenções sensacionalistas, que visem desestabilizar mercados , processos  políticos ou macular biografias. Não trato aqui de reforçar ou instaurar qualquer mecanismo de censura, mas, sugiro aqui uma grande e necessária revisão dos marcos legais de atuação  dos agentes e veículos de comunicação. Isso também não significa que acredito na utopia imbecil da existência de uma mídia isenta. Pelo contrário, penso que essa reforma deve fomentar a diversidade de ideias e ideais,  através da multiplicação dos veículos de comunicação que contam com concessões e financiamentos públicos para sua operação.
      Além disso, acredito que seja pré requisito à qualquer veículo ou empresa de comunicação que venha a pleitear esses recursos públicos,  que além de respeitar os marcos jurídicos estabelecidos, que assegurem a credibilidade dos conteúdos por este publicados, e que explicitem  o real posicionamento ideológico (a esquerda ou direita do espectro político)  expresso em seus conteúdos. A internet e suas inúmeras ferramentas  ainda introduzem nesse debate uma nova fronteira  no que diz respeito a disseminação de informações e, tudo isso, sem dúvida nenhuma, suscita a necessidade de um grande debate sobre comunicação e sobre a continuidade do processo de civilização, o que talvez seja status quo necessário a própria sobrevivência da espécie ou pelo menos, orientação mínima às entidades preocupadas com os  olfatos sensíveis à desintegração da carne e da coerência.

Diônata Matos - Março 2017 - Esteio -RS