O passado é uma roupa que não nos
serve mais
Por mais que nos custe admitir, e
que nossas tendências astrais e outras nos levem ao apego, o Belchior,
novamente lembrado no título desse amontoado de palavras, tem toda razão,
quando fala que muitas coisas/pessoas que já fizeram parte de nossa vida, já
que no presente a mente e o corpo são diferentes, hoje, elas não nos servem mais. Eu,
pessoalmente, já tô legal, pelo menos por esta vida , de muita gente que em
algum momento dela até teve alguma importância nela.
Mais que enjoar da cara desse povo, essa
distância que agora cultivo, é mais uma necessária estratégia para a manutenção do meu nível
energético. Acontece que, dentro do ciclo natural da evolução de nosso espírito
humano (e/ou anterior a essa existência humana), assumimos diferentes estados
vibracionais nas diversas fases de nossa vida, que repelem ou atraem outras
existências (pessoas) de acordo com as vibrações destas e que, naturalmente, ao
passarmos para estados vibracionais/emocionais diferentes (superiores ou
inferiores), essas companhias adquiridas/contraídas no período anterior parecem
já não caber no nosso momento atual de vida/existência. Às vezes, não cabem
mais porque elas adensaram demais seus comportamentos/pensamentos ou porque nós
sutilizamos demasiadamente nossas atitudes/idéias, ou vice versa. Qualquer que
seja o caso, não há culpa de nenhuma das partes e nem tão pouco há motivo para
constrangimentos quanto a esse afastamento.
Esse, também não significa uma separação
eterna. Assim como em determinado momento, uma afinidade ou circunstância qualquer
te uniu a alguém e em seguida uma nova situação ou divergência quaisquer os
separou, pode muito bem acontecer, que nessa mesma vida ( ou em outra), novas
perspectivas históricas tornem a uni-los em torno de novos interesses em comum.
Isso depende mais do tempo que as fichas de cada um levam pra cair. Você já tá
de saco cheio de baladas e sua amiga ainda não. Talvez uma hora o saco dela(saco,
no seu sentido figurado, obviamente) também se encha de baladas(festas,noite,etc)
e aí você volte a aproximar-se delas porque agora vocês duas são mães, por
exemplo. Mas, sei lá, é um mundo tão grande que não faz muito sentido, ao menos
para mim, sonhar ou mesmo pensar com reencontros astrais/carnais improváveis,
diante da perspectiva de tantos novos encontros que certamente nos trarão novos olhares. Além do mais,
certas relações, criadas e muitas vezes mantidas tendo vícios (de qualquer
tipo) como elo comum, tendem a retornar com o mesmo elo como base forte e assim
te fazer regredir ou invés de evoluir nos seus caminhos.
Uma separação física ou a manutenção de uma
distância física/espiritual não significam também, necessariamente, o fim do
vínculo de afeto a que denominamos amizade. Pelo contrário, muitas vezes, esse “tempo”
longe da pessoa pode ser positivo e até mesmo fortalecer esses laços. Qualquer
relação sofre a influência do tempo e um desgaste natural em função deste e,
muitas vezes precisa de um período de “descanso” para recuperar sua “saúde
espiritual”. O excesso, em qualquer situação, produz uma saturação, sempre
prejudicial a renovação dos sentimentos, tão necessários ao equilíbrio das
emoções e que produzem a singularidade
dos melhores momentos e mais ricas experiências de nossa existência. Sei que
romper uma relação, principalmente as perenizadas pelo tempo, não é fácil como deletar um amigo do Facebook.
Também sei, que como diria o Humberto Guessinger, é sempre mais difícil dizer
adeus, quando não há nada mais pra se dizer. Mudar sempre dói, mas não mudar,
dói muito e, além do mais, precisamos todos, todos, rejuvenescer.
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