quarta-feira, 22 de março de 2017

Resenha crítica - As veias abertas da América Latina / Eduardo Galeano -1970

As veias abertas da América Latina
Eduardo Galeano -1970 ( 1° Edição)

SINOPSE
Remontando a 1970, sua primeira edição, atualizada em 1977, quando a maioria dos países do continente padecia facinorosas ditaduras, este livro tornou-se um 'clássico libertário', um inventário da dependência e da vassalagem de que a América Latina tem sido vítima, desde que nela aportaram os europeus no final do século XV. No começo, espanhóis e portugueses. Depois vieram ingleses, holandeses, franceses, modernamente os norte-americanos, e o ancestral cenário permanece - a mesma submissão, a mesma miséria, a mesma espoliação.

As veias abertas da América Latina

Nota de leitura: É impressionante que este livro de Eduardo Galeano tenha sido escrito  no início dos anos 70, sobre uma história que começou nos anos 1500 e que o mesmo permaneça tão atual. Galeano poderia continuar escrevendo sobre as garras do capital sobre a América Latina quantos capítulos desejasse com os novos atores que agora ocupam seus governos e com os velhos atores que ainda são donos das mesmas empresas/ corporações  ainda sangram a América Latina e o mundo. Galeano é genial na sua crítica porque escreve com a simplicidade e a coragem (que muito lhe custou) que os mais renomados sociólogos/ “especialistas “ da área não fizeram. Como ele mesmo afirma, foge da linguagem “hermética “, fechada em si mesma e para o mundo da Academia. Foge também do discurso panfletário, dos gritos de guerra e lugares comuns dos radicais de esquerda ainda gripados da Guerra Fria e de tantos vícios da ex URSS. Nesta fuga apresenta um horizonte novo para a luta revolucionária enquanto estende o tapete vermelho de injustiças sociais da América Latina, preocupa-se que ele pelo menos conduza o leitor a luta para que os próximos quinhentos anos sejam melhores para a América do que foram os últimos.
Diou

Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se lançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta.
 Eduardo Galeano em Veias abertas da América Latina.

Os índios das Américas somavam entre 70 e 90 milhões de pessoas, quando os conquistadores estrangeiros apareceram no horizonte; um século e meio depois tinham-se reduzido, no total, a apenas 3,5 milhões.
 Eduardo Galeano em Veias abertas da América Latina.


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